Durante anos, perseguimos a estética impecável dos ambientes minimalistas, na qual o branco, o bege e o cinza reinavam soberanos e a vida parecia se resumir a linhas retas e superfícies limpas. Mas 2020, com a pandemia, mudou tudo. A necessidade de criar espaços que acolhessem nossa rotina real ficou mais evidente. Assim nasceu a tendência da decoração: a desordem intencional.

Segundo Rose Chaves, arquiteta e especialista em design de interiores, essa tendência não significa abrir espaço para bagunça de verdade, mas valorizar ambientes que contam histórias. “É uma curadoria emocional. Você exibe memórias, paixões e detalhes da sua vida de maneira pensada e harmoniosa. Um espaço com alma tem mais poder de acolhimento do que qualquer ambiente impecável e impessoal”, afirma.

Memórias e histórias de viagem permeiam apê de 170 m². Projeto de Camila Niskier e Noa Arquitetos. Na foto, sala, viga de concreto, plantas.
<span class=”hidden”>–</span>André Nazareth/Divulgação

O maximalismo renovado que surge agora é sobre autenticidade. São prateleiras com livros lidos e relidos, objetos trazidos de viagens, coleções inusitadas e até pequenos rituais do dia a dia à mostra. Em vez de esconder o que faz parte da vida real, o novo lar expõe com orgulho cada capítulo da sua história. Rose orienta que a composição desses elementos deve ter ritmo e intenção. “A casa não precisa parecer um showroom. Ela precisa fazer sentido para quem vive nela.”

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A especialista ressalta que para criar essa atmosfera vibrante e única, a sobreposição de objetos é uma grande aliada. Itens de diferentes alturas e profundidades se complementam, enquanto misturas de materiais como madeira, vidro e cerâmica adicionam texturas e camadas visuais. “A beleza está em composições espontâneas, mas que foram pensadas para refletir a identidade do morador”, explica.

Lavabo de casa de campo tem bancada esculpida em pedra com 1 tonelada
<span class=”hidden”>–</span>Fotos: Denilson Mchado, MCA Estúdio e Lilia Mendel/Divulgação
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Outro segredo importante é respeitar espaços vazios, pois deixar pequenas áreas livres entre agrupamentos de objetos cria respiro para o olhar e dá destaque às peças escolhidas. “O equilíbrio entre o cheio e o vazio é o que diferencia um ambiente acolhedor de um espaço visualmente saturado”, orienta a arquiteta.

Para quem já acumula pequenas coleções, o momento é perfeito para dar a elas o protagonismo merecido. Seja com pratos antigos, caixas de fósforos vintage, livros ou frascos de perfume, criar vinhetas temáticas torna o ambiente mais pessoal e dinâmico. “Não importa se o objeto veio de uma viagem internacional ou da loja da esquina. O que importa é o significado que ele carrega para você”, reforça Rose.

Painel e forro de madeira esconde a área íntima deste apê de 297 m², projeto de Vivi Cirello. Na foto, móvel verde com plantas, objetos decorativos e livros

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De acordo com a arquiteta, a tendência da desordem intencional celebra a vida como ela é, com suas histórias, imperfeições e afetos. “Em vez de esconder, revelamos. Em vez de buscar o mínimo, celebramos o excesso com intenção. A casa deixa de ser uma vitrine e passa a ser o nosso verdadeiro refúgio, feito para ser vivido em cada detalhe”, finaliza.

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