“Sabe aquelas mães que só falam dos filhos? Eu, nos últimos tempos, só falei de casa!”, brinca Cristina Genaro, abrindo um sorriso, feliz da vida por estar morando com o marido, Fernando Gallo, o cachorro Elvis e a gata Priscila num sobrado de 245 m² na cobiçada Vila Madalena. A saga para chegar até ele começou no fim de 2012, quando o casal iniciou as buscas por um lugar possível de reformar (construir do zero não era a intenção).
Enquanto Cristina sonhava com janelas amplas, um jardim gostoso e muito espaço externo para os bichos correrem livres, Fernando enfatizava a presença de uma sala com projetor e uma garagem que comportasse, sem muitas manobras, os carros deles e dos amigos. Com esses desejos um tanto vagos em mente, foram colecionando alguns itens para a futura casa ainda durante a fase de visitas aos imóveis candidatos, na qual já contavam com a ajuda do am.studio, escritório dos arquitetos Mariana e André Weigand, seus amigos de longa data. Garimparam uma porta de madeira – que, depois, precisou de alguns ajustes para caber em seu vão –, recuperaram uma pia vintage numa demolidora e vários objetos pertencentes à família. “São coisas que me davam muito aconchego na infância”, conta a dona.
Depois de inúmeras vistorias e aquisições, o terreno de 337 m², de esquina, enfim venceu a concorrência. “A construção se encontrava bastante judiada, mas possuía uma estrutura bacana e era bem iluminada. Uma escada levava da garagem ao pavimento superior, que concentrava toda a parte vital, como numa casa térrea”, explica a arquiteta.
O primeiro ano de obras se deu de maneira atribulada, pois o casal teve problemas por duas vezes com os empreiteiros contratados no processo. Quando uma dupla de profissionais assumiu a gerência dos trabalhos, a reforma terminou em cinco meses. Na renovação, poucas paredes vieram abaixo a fim de integrar cozinha e hall com o estar, dois quartos unidos formaram a suíte e um terceiro cedeu alguns de seus metros ao escritório e ao dormitório de hóspedes. Todo o restante do piso superior surgiu com o intuito de aproveitar um corredor lateral sem uso.
Além dessa, houve outra ampliação, considerada o grande trunfo do projeto: o deck descoberto de 3,80 x 7,70 m sobre a garagem, cenário de deliciosos brunchs junto ao estar, à sombra da árvore plantada na calçada. “Ao trocarmos as janelas tradicionais por portas-balcão, conseguimos trazer o exterior para dentro”, acrescenta Mariana. A mesma sensação se faz presente em todos os quartos, abertos para o vistoso jardim que domina os fundos e a lateral do terreno, cujo aclive foi nivelado para favorecer a circulação externa. “Mudamos há pouco mais de um ano e as pessoas estão começando a reclamar que a gente não sai. No fim, todo mundo acaba aqui. É uma casa de festa, sempre cheia de gente”, conclui a proprietária.