Durante muito tempo, a serralheria foi vista como um recurso exclusivamente ligado ao estilo rústico ou industrial. Mas nos últimos tempos, esse cenário mudou de forma significativa e a serralheria foi incorporada aos outros estilos, assumindo um papel de destaque na atmosfera dos ambientes.
O arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio, destaca essa transformação como um reflexo do amadurecimento do design residencial. “Antes, a serralheria era aplicada de maneira muito limitada, quase sempre associada ao aspecto bruto do metal. Agora, ela se abre para desenhos delicados, estruturas leves e bons acabamentos que dialogam diretamente com a estética atual”, reflete.
A seguir, inspire-se em oito boas ideias aplicadas pelo profissional em seus projetos:
Estantes que unem serralheria e marcenaria
Um duo costumeiro nas estantes é a mix entre o metal, que atua como uma estrutura resistente, além de entregar linhas geométricas, e a marcenaria, que entra para ser base, dar textura e personalização.
Aqui, o grande painel ripado se mescla com serralheria, criando um visual descontraído e prático. Na execução, o arquiteto Bruno previu nichos aéreos e laterais com a estrutura preta.
Nas prateleiras
As prateleiras em serralheria também se tornaram soluções para diferentes ambientes da casa graças à sua resistência. Essa concepção é capaz de sustentar livros, objetos decorativos, utensílios de cozinha, plantas e muito mais. Bruno explica que o metal permite linhas mais ousadas, formas variadas e uma sensação de leveza visual que dificilmente outros materiais alcançam.
Nesta cozinha aberta, a serralheria que centralizou a coifa recebeu uma atribuição decorativa com livros de receitas e plantas.
A resolução para adegas elegantes e funcionais
A serralheria também conquistou espaço na configuração de adegas personalizadas. A construção atua como ‘berço’ para acomodar as garrafas, além de organizar outros adereços como as taças. “Quando combinada ao vidro, ela ganha uma certa transparência e leveza que se tornam o ponto focal da área”, sugere o arquiteto.
No projeto acima, o acabamento gold do metal realça os detalhes e o jogo entre nichos cheios e vazios forma um desenho único.
Neste outro projeto, o arquiteto otimizou um pequeno espaço sem uso para conceber uma adega que guardam os rótulos colecionados pelos moradores.
Iluminação e pendentes
Quanto à iluminação, lustres, arandelas e pendentes com o metal entregam inúmeras facetas, uma vez que o material permite diversificações geométricas, estruturas vazadas e até itens personalizados que se tornam verdadeiras obras de arte suspensas no ambiente.
“Quando aplicamos a serralheria na iluminação, conseguimos um impacto surpreendente. Uma peça metálica bem desenhada funciona quase como uma escultura, destacando-se mesmo quando a luz está apagada”, comenta o profissional.
Portas e painéis de correr
As portas de correr são elementos eficientes e populares. No desenho formado, o projeto pode explorar tipologias de vidro que agregam privacidade e até um toque retrô. Neste dormitório, a porta de serralheria e vidro canelado separa o quarto do closet.
Divisórias de ambientes e um algo a mais
Uma das aplicações mais marcantes da serralheria é o desenvolvimento de divisórias internas que substituem paredes tradicionais, mas não chegam a separar completamente os ambientes.
A área social é integrada, mas nesse apartamento o arquiteto encontrou uma maneira atraente de demarcar a cozinha e a sala de estar: a serralheria deu vida ao móvel que acoplou a TV, prateleiras e uma lateral para guardar os rótulos de vinhos.
Detalhes em mobiliário
Como os exemplos acima, o mobiliário com bases metálicas tem chamado a atenção pela força do contraste entre a ‘frieza’ do ferro e a sensação de acolhimento de materiais como madeira. O arquiteto destaca que, nesse contexto, a serralheria se aproxima da ideia de mobiliário autoral.
“O ferro aceita facilmente a personalização, então conseguimos o feito de termos peças únicas para cada projeto”, diz. O metal é perfeito para compor móveis soltos como mesas de centro, banquetas e cadeiras, entre outras peças.
O preto não é unanimidade
“O acabamento colorido transforma completamente a leitura do metal. Enquanto o preto ou o cinza passam sobriedade, o dourado ou azul incorporam irreverência e alegria para o espaço. É uma forma de brincar com o design, mantendo toda a resistência e a durabilidade do metal”, finaliza Bruno.
Para conciliar com o romantismo do rosa que Bruno elegeu para a marcenaria, o box do banheiro ganhou o tom rose, além dos metais (misturadores, chuveiros, registros e suporte para toalha.
