Planejar uma cozinha pequena exige uma combinação de criatividade e aproveitamento inteligente dos espaços. Mas como dar início ao processo?
Segundo a arquiteta Júlia Guadix, à frente do escritório Studio Guadix, concentrar-se apenas no essencial é o primeiro passo. E isso começa já com a escolha dos eletrodomésticos.
Como economizar espaço é uma premissa que precisa ser seguida à risca, os equipamentos são o ponto de partida, uma vez que a disposição estratégica de cada um deles simplifica o preparo das refeições e contribui para um ambiente equilibrado.
“Geladeira, forno, cooktop, depurador e, até mesmo, a lava-louça precisam apresentar medidas coerentes e proporcionais à área disponível no projeto”, explica. No caso da geladeira, é preciso também levar em conta o número de moradores do imóvel. Um modelo de até 300 litros é suficiente para um casal, por exemplo.

Já no que diz respeito à cuba, a profissional sugere as medidas de 50 x 40 x 18 cm (de profundidade) como a ideal por oferecer praticidade no dia a dia.
Pensando na cocção dos alimentos, a arquiteta sugere a substituição do fogão tradicional pelo cooktop de duas bocas, especialmente o modelo de indução, que amplia a área de apoio quando não estiver em uso – desde que se tome cuidado para não apoiar nada sobre ele enquanto ainda estiver quente.

Sobre o forno, sua instalação é resultado dos hábitos do morador. “Quando o uso do forno é frequente, especifico os fornos padrão de 70 ou 80 litros. Agora, se ele não for um item essencial na rotina do morador, podemos optar por um menor. Para estes casos, gosto muito das opções de forno elétrico e micro-ondas combinados, que têm cerca de 30 ou 40 litros”, analisa.
Organização e fluxo na cozinha
A disposição dos móveis e eletrodomésticos na cozinha contribuiu para o melhor aproveitamento e fluxo no ambiente. A circulação entre geladeira, bancada e cooktop deve ser simples, formando um triângulo ou uma sequência linear. “Essa disposição facilita o preparo dos alimentos e o retorno à geladeira após as refeições”, explica Júlia.
Aproveitamento do espaço nos armários
Os armários são peças-chave e a arquiteta sugere o uso de nichos específicos para equipamentos adicionais, como lava-louças compactas, além de se explorar a verticalidade.
Nas primeiras prateleiras, a sugestão é priorizar itens de uso cotidiano, além de acessórios organizadores, como cestos e divisórias internas.

Lavanderia integrada
Nada melhor que não sair de casa para lavar as roupas e, pensando nesse conforto, as máquinas lava e seca são boas opções. “Mesmo com pequenas diferenças nas dimensões, como 60 x 56,5 cm em vez de 60 x 60 cm, conseguimos ganhar preciosos centímetros. É fundamental prestar atenção nas dimensões e nos afastamentos orientados pelo fabricante antes de fazer a escolha”, orienta. “Também é preciso garantir que o equipamento entre e saia do ambiente sem dificuldades”, conclui.