Sentados às centenas com os tornozelos cruzados e as cabeças ligeiramente inclinadas, essas figuras de gelo de 20 cm de altura fazem uma declaração poderosa. Criadas pela artista brasileira
A Designboom descobriu o trabalho de Azevedo em 2009, e desde então ela tem levado suas esculturas de gelo para cidades ao redor do mundo, de Belfast a Roma, Santiago a São Paulo.
As obras de arte in situ são colocadas nos degraus do monumento e deixadas para derreter lentamente. Descritos pela artista como “uma leitura crítica do monumento nas cidades contemporâneas”, os corpos em degelo destacam o anônimo e trazem à luz nossa condição mortal.
Azevedo explica: “Em poucos minutos de ação, os cânones oficiais do monumento se invertem: no lugar do herói, o anônimo; no lugar da solidez da pedra, o processo efêmero do gelo; no lugar da escala do monumento, a escala mínima dos corpos perecíveis.”
É claro que nos últimos anos a obra de Azevedo foi adotada como arte da crise climática. A massa de corpos derretidos faz uma conexão assustadora com a ameaça que a humanidade enfrenta devido ao aumento das temperaturas médias globais. “É evidente a afinidade com esse assunto”, acrescenta a artista.
Além da ameaça do próprio aquecimento global, o grande número de esculturas sentadas juntas também chama a atenção para o fato de que nós, humanos, estamos todos juntos.
“Essas ameaças também finalmente colocam o homem ocidental em seu lugar, seu destino está junto com o destino do planeta, ele não é o ‘rei’ da natureza, mas um elemento constituinte dela. Nós somos a natureza”, continua Azevedo em seu site.
Felizmente para nós, Azevedo garante que cada Monumento Mínimo seja cuidadosamente fotografado para que possamos apreciar a mensagem por trás dessas esculturas sem rosto muito depois de derretidas.
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