Já ensinava Le Corbusier (1887-1965), mago do modernismo, em seu manifesto Cinco Pontos da Nova Arquitetura: menos obstáculos, mais horizontes. Adepto de cidades radiantes, onde sol e céu entravam na conta de qualquer projeto, nem mesmo ele previu tal revolução de limites entre público e privado.

 O que antes era mistério hoje deve revelar-se, pois a vida nas redes sociais desperta o espírito voyeur e o traduz até mesmo nos singelos objetos cotidianos. Some-se a isso o desejo contemporâneo por leveza, além da maior das preocupações atuais: a sustentabilidade.

3 projetos que apostaram na transparência
Claridade de sobra era também o desejo dos moradores da casa Lalo, na Antuérpia, Bélgica, assinada pelo estúdio Sculp[IT] Architecten BVBA . A solução veio na forma da “maior janela pivotante do mundo”, brinca o arquiteto Pieter Peerlings: duas lâminas de 3 x 6 m de vidro duplo temperado com 12 mm de espessura.Sculp[it] and Luc Roymans Photography/Divulgação

Reciclável, o vidro tem papel crucial em construções que querem potencializar os recursos energéticos, incrementado tecnologicamente com propriedades de isolamento térmico e acústico, para além da óbvia captação da luz natural.

Hoje, há um novo universo de possibilidades que eram inimagináveis para a escola modernista”, celebra o arquiteto José Luis Esteban Penelas, entusiasta da proposta. “Isso permite muito mais liberdade, porém exige responsabilidade. Não podemos esquecer que arquitetura, acima de tudo, trata de emoções.” É assim que a transparência ganha atenção. E quem pode reclamar discrição, diante de tanta beleza?

3 projetos que apostaram na transparência
O Hidden Pavillion, refúgio criado pelo Esteban Penelas Architects, na Espanha, levou ao extremo a ideia de integração com a natureza. Imerso no bosque Las Rozas, próximo a Madri, utiliza aço corten, vidro e cerejeira na estrutura.Imagensubliminal/Divulgação
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