A artista Tarsila do Amaral é homenageada na exposição “Tarsila Popular“, em cartaz a partir desta sexta-feira, 5 de março, no Museu de Arte de São Paulo. A mostra faz parte do eixo temático “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”, que guia o MASP em 2019.

Tarsila do Amaral ganha exposição imersiva no MASP
“Operários”, de Tarsila do Amaral, pintado em 1933.Casa.com

Esta é a mais ampla exposição dedicada à Tarsila, reunindo 120 obras, entre pinturas e desenhos, que retratam diversos períodos da carreira da artista, atravessando as fases Antropofágica, Social e Pau-Brasil.

Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, a exposição investiga o conceito do popular trabalhado em suas obras, seja este associado aos debates sobre arte; sobre identidade nacional; ou sobre a invenção e construção de uma brasilidade. O espectador perceberá como o popular se manifesta através das “cores caipiras” – como o azul puríssimo, o rosa violáceo, o amarelo vivo e o verde cantante –, usadas por Tarsila em diversas obras, inspirada pelas casas e igrejas mineiras e fazendas cafeicultoras do interior de São Paulo.

Tarsila do Amaral ganha exposição imersiva no MASP
“A Cuca”, de Tarsila do Amaral. Pintado em 1924.Casa.com

Grandes obras de Tarsila estarão expostas nos cavaletes do MASP, como “A cuca”(1924), “Operários” (1933), “Porto I”(1953) e inclusive o “Abaporu”, pintado em 1928, que retorna para São Paulo após 11 anos.

Abaporu

Tarsila do Amaral ganha exposição imersiva no MASP
“Abaporu”, de Tarsila do Amaral. Pintado em 1928.Casa.com

Considerado um dos mais famosos e valiosos quadros da história da arte brasileira, o Abaporu foi um presente de Tarsila para o escritor Oswald de Andrade, seu marido. O quadro de 85 cm por 73 cm retrata um homem plantado na terra.

O nome surgiu a partir da junção das palavras “aba” e “poru”, que significa homem que come, em tupi.

O homem que come se tornou um viajante do mundo: em 1928 foi exposto pela primeira vez em Paris e um ano mais tarde, estrelou duas mostras individuais de Tarsila, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Somente em 1950, o quadro ficou exposto no Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM. O Abaporu participou também de duas bienais: a VII de São Paulo, em 1963 e a XXXII de Veneza, em 1964.

Tarsila do Amaral ganha exposição imersiva no MASP
“Abaporu” exposto no Malba.Casa.com

Em 1969 viajou o Brasil na mostra “Tarsila: 50 anos de Pintura”, que passou por diversas cidades. A comemoração dos 50 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 trouxe o Abaporu de volta para São Paulo. Em 1960, o quadro foi vendido para Pietro Maria Bardi, fundador do MASP e marido de Lina Bo Bardi. A obra foi revendida para outros dois colecionadores de arte, sendo o último Raul Forbes, que pagou o valor mais caro em uma pintura brasileira: US$250 mil. Em 1995 a obra foi leiloada na Christie’s, em Nova York e quebrou outro recorde nacional: o argentino Eduardo Constantini pagou US$1,35 milhão. Constantini criou o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, o Malba, que até hoje é a morada do homem que come. Em 2008, o Abaporu voltou a São Paulo, para ser exibido em uma mostra na Pinacoteca. Amanhã o quadro retorna ao MASP e fica exposto até 28 de junho na casa que Tarsila idealizou para seu quadro.

Serviço Tarsila Popular

Quando?

De 5 de Abril a 28 de junho de 2019

Onde?

MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo – SP

Quanto?

Entrada inteira: R$40

Meia-entrada: R$20

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