50 anos do Orelhão: um marco do design nostálgico das cidades
Chu Ming Silveira falando no orelhão em frente à FAU – USPOrelhao.arq/Reprodução

Você GenZer, que nunca teve que viver a vida sem um smartphone, provavelmente só conhece esse objeto chamado “Orelhão” por fotografias ou por relatos de terceiros. A verdade é que esse sistema de comunicação marcou toda uma geração de pessoas e a paisagem urbana dos anos 1970, 1980 e 1990. E, para quem era criança na época, possivelmente era a fonte de muita diversão e trotes (porque não havia identificador de chamadas).

Veja a história desse objeto histórico e intrigante do design brasileiro que faz 50 anos este ano!

História

 

50 anos do Orelhão: um marco do design nostálgico das cidades
Orelhao.arq/Reprodução

A designer que criou o Orelhão é Chu Ming Silveira, uma imigrante de Xangai que chegou ao Brasil em 1951 com a família. No começo da década de 1970, Chu Ming era chefe Departamento de Projetos da Companhia Telefônica Brasileira e recebeu o desafio de criar um telefone público que fosse barato e mais funcional do que os telefones sem nenhuma proteção que ficavam em farmácias, bares e restaurantes.

50 anos do Orelhão: um marco do design nostálgico das cidades
Orelhao.arq/Reprodução

Como as conhecidas cabines telefônicas de Londres, a ideia era que o projeto oferecesse privacidade para quem estivesse falando, tivesse uma boa relação custo-benefício e que fosse adequada às temperaturas quentes do Brasil. Assim surge o Chu I e Chu II – nome original e oficial do Orelhão – em 1971.

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Design

 

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Tecnoblog/Reprodução

Inspirado em um ovo e fabricado em fibra de vidro e acrílico, o Orelhão e a Orelhinha, além de baratos, tinham uma acústica excelente e resistência ótima. Por serem de fácil instalação, eles logo se popularizaram nas ruas e em ambientes semiabertos (como escolas, postos de gasolina e outros locais públicos). Havia modelos em cor laranja e transparentes.

50 anos do Orelhão: um marco do design nostálgico das cidades
Reprodução/ArchDaily

Em janeiro de 1972, o público viu pela primeira vez o novo telefone público: no Rio de Janeiro, no dia 20, e em São Paulo, no dia 25. Era o começo de uma era icônica da comunicação, que teve direito a até uma crônica de Carlos Drummond de Andrade!

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Reprodução/Wikimedia Commons

Não foram só os brasileiros que adoraram o Orelhão, eles foram implementados em países da África e Ásia e também da América Latina.

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Reprodução/Pinterest

Uma curiosidade é que os teclados do telefone do Orelhão possuem letras, ou seja, podem ser utilizados para escrever palavras. Algumas empresas incorporavam as letras de seus nomes em seus números de telefone.

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Reprodução/Pinterest

Hoje, com o surgimento e popularização dos celulares, os Orelhões foram caindo em desuso, mas ainda existem nas cidades como um marco nostálgico que pode ser útil caso você precise fazer um telefonema e ninguém tiver celulares por perto.

Confira mais informações no site oficial do Orelhão!

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