Memórias e histórias de viagem permeiam apê de 170 m²
Foi uma longa estrada que levou Camila Niskier até seu novo apartamento. No total, exatamente 18 mudanças. Mas, depois de morar em muitas casas diferentes – até mesmo em Moçambique e Bali – a designer de interiores decidiu que era chegada a hora de se acomodar em terras cariocas com o marido e os dois filhos.
A mudança aconteceu em 2017, mas foi só agora, em 2024, que Camila deu início à tão desejada reforma para deixar o apartamento de 170 m² do jeitinho que sempre imaginou. Para isso, chamou as arquitetas Ana Figueiredo, Nanda Negri e Livia Esteves (do escritório Noa) e, juntas, deram o pontapé da grande obra, derrubando todas as paredes e redesenhando todo o layout.
O projeto seguiu uma arquitetura limpa e sem excessos, com uma base branca se mesclando com o concreto aparente e pinceladas de cor em uma parede ou outra. A ideia principal era transformar a casa em um espaço amplo para receber família e amigos que fosse funcional para todos os moradores. Os filhos, já adolescentes, desejavam quartos separados e Camila, que adora cozinhar e receber, queria uma cozinha aberta e viva.
E por falar em cozinha, o revestimento escuro escolhido para o ambiente foi resultado de um curso que a designer fez sobre bioconstrução, quando se apaixonou pela técnica marroquina chamada Tadelakt, à base de cal, que confere um acabamento lustroso e suave. Já a bicicleta suspensa é uma homenagem à atividade preferida do marido.
O quarto de casal – a parte mais difícil, segundo Camila – ganhou um home office com uma mistura de estampas coloridas e uma variedade de móveis e acessórios acumulados durante as viagens: as duas mesas de cabeceira e a cama vieram de Moçambique, as luminárias são de Bali e o quadro em cima da cama é um caminho de mesa comprado de um artesão na Namíbia.
O apartamento é inteiro assim: uma grande miscelânea de móveis e peças garimpadas ao longo dos anos pela família: mesa de jantar, carrinho de bar, pufes, luminárias, caixas, cachepots… Tradicionais sinos balineses decoram o hall de entrada. Na cozinha, as latas antigas de mantimentos foram garimpadas em um mercado de pulgas no Brooklin (Nova York). E as mantas trazidas do Atacama hoje enfeitam o sofá em conjunto com as almofadas forradas com tecidos da Indonésia.
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Entre peças passadas por gerações e itens colecionados ao longo do tempo pelo mundo, há também os móveis desenhados para a Bauh, marca da própria Camila, que ela não resistiu e levou para casa, como as mesas de centro e lateral, além de abajures e bandejas.